09/04/2014

O mito do colesterol

As pessoas sempre torcem o nariz quando descobrem que eu aumentei o consumo de gorduras na minha alimentação. É bem interessante observar a reação de alguém quando falo que tomo café com óleo de coco todos os dias de manhã, pois eu também pensava assim: o alto consumo de gorduras é prejudicial ao nosso organismo.

Eu fui criada seguindo uma alimentação com poucas gorduras: leites desnatados, queijos magros, carnes magras, azeite super controlado, entre outras coisinhas. Então também estranhei bastante quando descobri que o ideal para nosso corpo é consumir muitas gorduras com poucos carboidratos.

E para perder o medo das gorduras é preciso esclarecer o mito do colesterol, por isso vou repostar aqui uma série de textos sobre o assunto "o mito do colesterol" escritos pela nutricionista Alice Dalpicolli Rodrigues. O texto completo é muito extenso, por isso vou seguir a divisão que ela fez e publicar em partes aqui também, colocando o link no final dessa página, ok?

Vamos lá...

O MITO DO COLESTEROL
por Alice Dalpicolli Rodrigues

Introdução

Esta substância essencial à vida está no topo das grandes preocupações sobre a dieta rica em gorduras que venho estudando, praticando e prescrevendo. O assunto é muito longo, mas importante demais, por isso dividi em um série de posts.

Pessoas que seguem uma dieta low carb-high fat apresentam muitas dúvidas e receios quando apresentam uma elevação nos níveis de colesterol total e LDL (o oposto também ocorre com frequência). Selecionei e adaptei trechos abordados pelo Dr.Victor Sorrentino, Dr. José Carlos Souto e Caio Fleury.

Tenho recebido muitas críticas, pois estou confrontando um assunto consolidado há cerca de 50 anos (que teve por base interesses financeiros muito grandes). Algumas pessoas, leigas e também profissionais, simplesmente não aceitam ou não compreendem as ideias apresentadas. Na realidade os conhecimentos agora expostos são compartilhados há algum tempo por milhares de médicos e cientistas pelo mundo, mas infelizmente (como muita coisa dentro da medicina), não são divulgados amplamente e não chegam a quem tem interesse.

Então, vamos agora, a algumas informações surpreendentes. Esta substância virou vilã de uma hora para outra. Porque uma comunidade inteira de médicos nos diz sistematicamente que o problema da elevação do colesterol é devido ao excesso de gorduras nos alimentos, principalmente gorduras saturadas. O que ninguém esclarece é que o colesterol é formado de carboidratos, e não de gorduras!

Mas e para que existe colesterol dentro de nossos corpos? Porque será que Deus colocou esta arma feita para nos aniquilar dentro de nós mesmos? Porque o primeiro e único alimento oferecido a um recém nascido até seu sexto mês de vida é rico em gordura saturada e colesterol?

Bebês são ótimos exemplos de como nós seres humanos necessitamos de colesterol, pois mamando no peito eles recebem, não por acaso, 50% das calorias disponíveis no leite materno em colesterol puro! Claro, o cérebro humano tem seu peso quase todo de gordura, nada mais interessante do que dispor de condimentos adequados para sua perfeita formação.

O colesterol compõe a membrana de todas as 75 trilhões de células de nosso corpo. Aproximadamente mais de 80% dos níveis sanguíneos de colesterol total são endógenos, ou seja, são produzidos internamente pelo organismo, independente dos alimentos que são consumidos, o que pode ser observado por meio de estudos randomizados e controlados. O colesterol é à base de formação de todos os nossos hormônios esteroidais. 

Estudando fisiologia básica deveríamos questionar a respeito das funções do colesterol e a partir dai repensar sobre os motivos pelos quais fomos levados a acreditar que ter colesterol é a pior coisa que poderia acontecer em nosso corpo.

Houve um grande progresso nos estudos, que indicam o que está por trás do desenvolvimento de doenças cardíacas ao longo dos últimos 10 anos, embora o governo e grandes instituições médicas continuem se atendo a uma ciência falha e incompleta de cinco décadas atrás, para dizer o mínimo, o que contribui para a atual confusão e incompreensão sobre o assunto.

Uma meta-análise publicada em 2012 na Obesity Reviews, com 17 estudos low-carb, constataram que em média não há alterações nos níveis de colesterol LDL dos participantes, embora aumente um pouco em alguns indivíduos e diminua em outros. Contudo, obviamente, houve uma melhora substancial em todos os fatores de risco de desenvolvimento de doenças, como aumento do colesterol HDL “bom”, diminuição dos níveis de triglicérides, insulina, glicose em jejum, pressão sanguínea, perda de peso/gordura visceral (abdominal) e diminui nos níveis da proteína C reativa, que assim como a gordura visceral e os anteriores, é um indicador de inflamação e infecção relacionado à aterosclerose.


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